sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Crônica-em-verso de um dia que começou com sono e poesilosofia


Crônica-em-verso de um dia que começou com sono e poesilosofia
(Em duas vozes)

"O que sobra de nós nesse jogo de aparências?"
(Você acredita em essências?)
Talvez seja preciso morrer...
(Você acredita em viver?)
Suicidar uma parte de nós...
(Desatar - ou atar - alguns nós?)
Mas que parte?...
(A Arte? - Não, estais louca?)
O que deve morrer?...
(Para viver?)
Onde está a imitação?...
Onde estamos nós de verdade?...
(Há um "nós" de verdade?
Você acredita em essências?)
Eu aprendi... a acreditar em essências.
Liberdade... aparências...
Hoje, não sei.
(E agora?)
Quem é você?
(Quem sou eu?)
Quem sou eu?...
(Eu-você?)
Essa pergunta é da Filosofia.
(Poesia?)
Poesia... sim... não!
(Não o quê? Por que não?)
O dia!
(Que dia?)
O dia precisa começar!
(Ah, não... Espera... fica...)
A vida se impõe...
O dia... e suas burocracias...
(Não, fica... Poesia! Olha!)
Olho... Não! O dia!
(Trabalho? Prazos? Provas? - Pára! Para quê tanto palavrão logo de manhã cedo? - Desculpa... eu...)
Tic tac Tic tac
É tarde, adeus!
Acordacomeandacorrefazpassalevatrazvaievaievai...
(Acaba? - Quem sabe? rs Acaba, não, bobinha, há sempre pausas, escapes, eu volto, espera... um dia eu volto e fico, fico mais e vou ficando...)
Mas, agora, vamos! Corre! Adeus!
(Até logo...)
...
(...)
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12 de agosto de 2016
Carolina Grant