domingo, 27 de março de 2011

Amizades de além mar... (Dueto)


Além mar...

Certa noite, chuvosa, mas plácida, de março...
Carolina comenta com seu amigo:

Amigos, vêm e vão como ondas...
Poucos ficam para além de espumas...
Meu mar é forte, bravio,
Espumas muitas contra o Forte,
Mas poucas são as estrelas e conchas que ficam... com brio.
Meu olhar segue para o norte...
E se perde na imensidão... de amizades de além mar...

E Antonio, seu filho-amigo, explana:

Algumas ostras, quando se abrem,
Você percebe que vieram sem pérola...
E durante todo o tempo... vazio.
E você acreditava que ela era um ser especial...
Então, elas se assustam e retornam ao mar,
Para ir a outras praias...
D'onde possam viver sem brilhar...
Um vazio preso, novamente.

E eis que chega março...
A chuva... tempestiva.
As ondas... fechando o verão.
Quantas estrelas despudoradas
Se agarram aos bancos de areia?
Por mais que a praia inunde,
Por lá, elas sempre estão...

Poucas são as estrelas que compreendem
Que o céu pode ser mais belo
Quando se é única...
Ser estrela do mar
Não é ser só do imenso...
É residir num espaço pequeno...
D'onde a luz é complemento.

Doce mar distante!
Costumam chamar de "a"
Sentimentos não precisam de complementos...
E ainda sim
Suspira-se o amar
Em toda a exuberância da sua existência...


Carolina Grant e Antonio Almeida
(Série - Duetos)
27 de março de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário